Por Rogério Viduedo para o Brasil de Fato – Guardem bem esta sigla: NDC, as iniciais para Nationally Determined Contribution, que, em português, significa Contribuição Nacionalmente Determinada. Trata-se da ambição climática dos 197 países-membros da Organização das Nações Unidas (ONU) que assinaram o Acordo de Paris em 2016, com o compromisso de cortar pela metade a emissão de gases do efeito estufa até 2030 e zerá-la até 2050.
O Brasil é um deles e, neste exato momento, o governo federal está tocando um processo de revisão da sua NDC a partir da atualização do Plano Clima que agrega as estratégias gerais e planos setoriais para mitigação e adaptação do país frente à emergência climática.
A bicicleta tem tudo a ver com NDC, mas ela ainda não é vista, pela grossa maioria das nações, como uma ferramenta para reduzir o gás carbônico e a fumaça preta despejadas diariamente por veículos movidos à gasolina e a óleo diesel. Na matriz de poluição brasileira, por exemplo, 10% dessas emissões são resultantes das atividades de mobilidade e transporte.
Nas grandes cidades, essa proporção é ainda maior, chegando a alguns casos a mais de 60% do total, como no Rio de Janeiro e em São Paulo, municípios listados entre os 10 maiores poluidores do Brasil, mas os únicos fora da região amazônica, ou seja, as emissões não são resultantes dos incêndios florestais, mas da queima de combustíveis fósseis por automóveis, caminhões, ônibus, aviões e motocicletas.
Na última coluna, eu comentei que estaria em Brasília na primeira semana de setembro para o Fórum Mundial da Bicicleta, mas também estive no primeiro Seminário Bicicleta Brasil promovido pela Secretaria Nacional de Mobilidade do Ministério das Cidades.