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Necessárias, ciclovias de São Paulo ainda não integram a periferia

Uma manhã de agosto quando o funcionário público Eduardo Canella foi prensado contra a guia no mesmo ponto da avenida Paulo VI onde a cientista social Marina Harkot morreu atropelada um ano antes. Ao contrário de 2020, já havia naquela curva uma ciclovia instalada no canteiro central, que Canella evitou por causa das dificuldades encontradas para pedalar por ali. “Atualmente estas ciclovias instaladas no canteiro central são as piores; mesmo as melhores delas, com boa qualidade, tem muito pedestre, gente caminhando, passeando com o cachorro; entendo que a cidade é muito carente de espaços para pedestres, então muitas vezes prefiro negociar meu espaço com os carros do que ser eu mesmo uma ameaça aos pedestres”, conta o arquiteto de 52 anos, os últimos três usando a bicicleta como meio de transporte regular.

Diariamente Canella sai do Sumaré, na zona oeste de São Paulo, e pedala 17 km até o trabalho na vizinha Taboão da Serra. No caminho, observa um dos maiores problemas das ciclovias até hoje em dia: sua maior concentração no centro expandido da capital, que concentra população de maior renda e que tem menor necessidade de uso da bicicleta como meio de transporte. “Conforme vou me afastando, dá para perceber; em Taboão mesmo havia algumas ciclovias até 2012, mas naquele ano apagaram e nunca mais instalaram, hoje a cidade conta com 0km, é muito visível a diferença”, conta.

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