Por Uirá Lourenço.

Final de ano é propício para fazer um balanço. Costumo analisar a mobilidade na capital federal com base nas observações cotidianas e nas notícias divulgadas. Os destaque são as grandes obras voltadas à fluidez motorizada: túneis, viadutos e alargamentos de pistas, como a ampliação da Estrada Parque Aeroporto (EPAR); túnel em Taguatinga; viadutos no Sudoeste, Setor Policial, Riacho Fundo, Recanto das Emas e Itapoã/Paranoá; construção da terceira saída de Águas Claras. Essas são algumas das obras em andamento, anunciadas como se fossem a solução para os graves problemas da mobilidade urbana.

Em maio deste ano foi inaugurado o complexo viário na Saída Norte, com 23 viadutos. Apesar do gasto multimilionário (R$ 220 milhões), o prometido BRT Norte não saiu do papel. O terminal multimodal no final da Asa Norte também ficou só na promessa (projeto antigo, anunciado em governos anteriores). Notícia recente do Governo do Distrito Federal (GDF) explicita o viés rodoviarista de incentivo ao transporte individual motorizado, ainda predominante: