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Precisamos retomar a evolução do sistema cicloviário

Por Felipe Alves

Fortaleza é reconhecida pelos avanços na mobilidade por bicicleta. Desde 2013, tivemos uma enorme evolução na extensão da malha cicloviária, a criação de sistemas de bicicletas compartilhadas, mais bicicletários e paraciclos, e uma melhora na comunicação das ações, resultando num alto índice de aceitação pela população.

Dentre os diversos benefícios das ações, pode-se destacar o aumento de pessoas se deslocando de bicicleta e a diminuição das mortes de ciclistas no trânsito, mesmo com mais gente pedalando. Também trouxe reconhecimento em diversos indicadores e prêmios na área de mobilidade. Porém, atualmente, muita gente relata que não vê mais tanta evolução. Realmente, nos últimos 2 anos, a expansão dos km de malha foi bem mais lenta, perdemos um dos sistemas de compartilhadas – o Bicicleta Integrada, que ficava nos terminais de ônibus – e a qualidade do Bicicletar caiu bastante – falei disto semanas atrás, e tive até uma reunião na secretaria responsável, que se comprometeu a dar mais atenção.

De pontos positivos nestes anos, tivemos a transformação de um trecho da av.Des. Moreira, com calçadão e ciclovia de ótima qualidade; a inauguração da nova Beira Mar, com um excelente espaço para lazer, mas que inexplicavelmente tirou um trecho da ciclofaixa próxima a via, que servia melhor aos deslocamentos urbanos.

Também receberam ciclovias ou ciclofaixas importantes conexões nas avenidas José Bastos, José Jatahy e Leste Oeste, embora nas 2 últimas a qualidade do pavimento ainda leve alguns ciclistas a escolherem outros caminhos. E estão sendo recapeadas algumas vias que possuem ciclofaixa, tornando mais confortável pedalar por elas. Muitos problemas antigos ainda não foram resolvidos, como a falta de infraestrutura cicloviária em trechos de vias estaduais e federais, e várias avenidas importantes (ou trechos delas) como Augusto dos Anjos, Osório de Paiva (trecho da Parangaba), Silas Munguba, Alm. Henrique Saboia, Murilo Borges, Eng. Santana Jr, etc. A lista é enorme! A manutenção dos trechos existentes também deixa muito a desejar.

Temos que continuar cobrando a Prefeitura. Já evoluímos nos últimos anos, mas ainda falta muito para que mais gente consiga pedalar com conforto e segurança.

 

Felipe Alves é engenheiro civil e atua com mobilidade urbana sustentável. Ex diretor da UCB – União de Ciclistas do Brasil, é coordenador do GT Infraestrutura da UCB e do projeto Ciclomapa (UCB e ITDP).

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Artigo de Opinião enviado pelo autor para publicação no Observatório da Bicicleta, publicado originalmente em Opinião Direto ao Ponto.

 

 

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