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No futuro pós-pandemia cabem bicicletas, parques e descentralização
A necessidade de se deslocar para a cidade para trabalhar questiona a possibilidade de um trabalho remoto no campo, se não fizermos das mais modernas tecnologias de comunicação a norma e não a exceção. E isso implica transformações radicais. Ainda assim, algo já está mudando. Hoje é a natureza que volta à cidade. Na forma de árvores —que renovam o ar, constroem um microclima e reduzem a velocidade de circulação—, na forma de ausência —a paulatina, mas progressiva, redução do número de automóveis e a consequente redução de CO2 e do barulho—, e na forma de uma lógica ambiental que busca repor, em vez de esgotar, a energia que mantém as cidades do mundo em funcionamento.
Depois de duas tentativas fracassadas, Lisboa conseguiu ser a Capital Verde Europeia 2020. É apenas mais um título de marketing urbano? Cabe ao leitor julgar. No início do ano, os lisboetas plantaram 20.000 árvores. Seguindo o exemplo de capitais anteriores como Estocolmo —a primeira faz agora uma década—, Hamburgo, Nantes, Bristol, Copenhague ou Vitória —a única capital espanhola que demonstrou em 2012 que toda a sua população vive a menos de 300 metros de uma área verde—, os portugueses garantiram que no final do ano terão duplicado seus 90 quilômetros de ciclovias. Afirmaram que alcançariam 200 quilômetros de ciclovias em um caminho sem volta rumo a uma mobilidade não poluente. No entanto, o status de capital não se alcança apenas com intenções: Lisboa teve de demonstrar seu compromisso com a sustentabilidade, reduzindo em uma década seu consumo de água em 33%.
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- Veículo: El País
- Data de publicação original: 14/10/2020
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