No dia 8 de março, comemora-se o Dia Internacional da Mulher, uma data que marca a luta por igualdade de gênero e contra a discriminação feminina na sociedade.

A bicicleta é parte desse processo de empoderamento. São anos caminhando na busca por espaço e reconhecimento, como bem descreve Juliana DeCastro em coluna publicada no Mobilidade Estadão.

Entre outros dados interessantes, principalmente, ela cita o Perfil do Ciclista Brasileiro de 2024, pesquisa realizada pela Transporte Ativo, onde se constata que as mulheres no Brasil ainda pedalam 37% menos que os homens.

Além dos motivos comuns, somam outros específicos ao gênero feminino, como o risco de importunação.

Em São Paulo, 65,7% das mulheres e em Belém, 67,7% já sofreram algum tipo de agressão ou importunação enquanto pedalavam.

 

ALTERNATIVAS À INSEGURANÇA

Outra pesquisa – publicada pelo app Strava no final de 2024 – corrobora a percepção de insegurança feminina ao sair para pedalar. Os números apontam um aumento na proporção de mulheres ciclistas de uma forma geral. Mas elas ainda priorizam a prática esportiva em grupo e são 40% mais propensas a utilizarem ambientes fechados, como academias, para seus treinos.

DISTORÇÃO CRÔNICA

Na Inglaterra, um relatório da Sustrans, uma instituição de caridade focada no fomento à mobilidade ativa, trouxe pela primeira vez o ‘Índice de Caminhada e Ciclismo Infantil’.

Além de mostrar que apenas 14% dos deslocamentos urbanos entre crianças são feitos de bike, eles também afirmam que os meninos fazem o uso regular de bicicleta com mais do que o dobro da frequência das meninas.

Essa disparidade contudo, segundo o relatório, pode estar relacionada a segurança. Uma em cada três meninas entrevistadas não achavam sua região adequada ou segura para pedalar.

CRESCIMENTO CONFIRMADO

Mesmo que de uma forma modesta, a expansão feminina é notada no Perfil do Atleta Brasileiro, publicado pela Ticket Sports, maior plataforma de inscrições do mercado. Ele aponta um crescimento na participação feminina nos eventos nacionais.

Em 2024, em um universo de 54 mil ciclistas, 25% dos inscritos em provas de bicicleta eram mulheres.

Seja no uso urbano ou no cenário esportivo, as mulheres crescem em participação e ocupam os holofotes em um mercado de consumo promissor. Entretanto, a luta pela igualdade para pedalar em paz e em segurança segue uma meta a ser alcançada. E este sábado, 8 de março, é um bom momento para reafirmar esses objetivos.

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