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‘Bike me manteve sã num lugar difícil de morar’: a luta das mulheres cicloativistas pelo direito de ir nas ruas

Em janeiro de 2025, a capital paulista ganhou uma nova passarela para ciclistas e pedestres cruzarem o Rio Pinheiros, um dos principais da cidade, com segurança e conforto. Mais do que uma boa notícia para quem mora ou passa pela metrópole, trata-se de um feito especialmente para as mulheres. A obra foi batizada de Jornalista Erika Sallum, em homenagem à cicloativista paulistana que morreu de câncer de mama em 2021, aos 45 anos.
Sallum era diretora de redação da revista Go Outside, dedicada a esportes e atividades ao ar livre, e autora do blog Ciclocosmo, da Folha de S.Paulo, no qual falava sobre uma grande paixão: a bicicleta. Ela era uma voz ativa na busca por espaço, empatia e diversidade no pedal. Em 2018, foi atropelada em uma ciclovia a poucos quilômetros da infraestrutura que agora leva seu nome. Quebrou costelas, clavícula e dentes. Sofreu concussão cerebral e escreveu: “C’est la vie, isso que dá não ter nascido na Itália ou na França e, mesmo assim, amar a bike e o ciclismo”.
A escolha do nome chama a atenção para a questão da sub-representação de mulheres em monumentos e logradouros públicos. Um levantamento feito pela Folha de S.Paulo em 2019 revelou que apenas 16% das vias da capital que levam nomes de pessoas homenageiam mulheres.
Desse total, 62% estão ligadas ao catolicismo, como santas e madres, enquanto apenas 18% têm credenciais civis, a exemplo de jornalistas, professoras ou médicas – entre os homens, essa proporção é inversa.
“A Erika Sallum veio do ciclismo de alto rendimento e escrevia em uma revista encaixada em uma categoria que não pedala como meio de transporte. Ela introduziu para esse público o conceito de mobilidade e inclusão social, uma ficha que demora a cair para os ciclistas”, diz Renata Falzoni, cicloativista, arquiteta, jornalista e vereadora de São Paulo recém-empossada.
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- Veículo: Marie Claire
- Data de publicação original: 25/03/2025
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