Salvador, cidade movente: corpos dissidentes, mobilidades e direito à cidade

Tipo de publicação

Trabalho acadêmico (Tese de doutorado)

Curso ou área do conhecimento

Multidisciplinar

Tipo de autoria

Pessoa Física

Nome do autor

Marcelo de Trói

Língua

Português

Abrangência geográfica

Internacional/Mundial

Ano da publicação

2022

Palavra chave 1

Carrocracia

Palavra chave 2

mobilidade urbana

Palavra chave 3

Outra

Palavra chave 4

Sociologia urbana

Descrição

Com base no novo paradigma da mobilidade, esta tese investiga o Centro Antigo de Salvador e analisa a história sociocultural desse território a partir do movimento de pessoas, objetos e ideias. Além de investigar como as mobilidades estiveram na base das modificações do espaço urbano, elas também são vistas como a esfera social capaz de potencializar conflitos a partir das diferenças e dos marcadores sociais (raça, gênero e classe). Persegue-se a ideia de um corpo dissidente capaz de fazer frente às transformações urbanas impostas pelas hegemonias e às imposições de modos de vida e outras normatividades que regem o direito ao aparecimento público e o transitar na cidade. Os artefatos móveis e as maneiras de se mover (bondes, automóveis, bicicletas, caminhabilidade, etc.) surgem, ao longo da história, como estruturantes das relações do espaço citadino e também como ferramentas para o agenciamento e mobilização de pessoas. A investigação, de caráter multidisciplinar, agrega conhecimentos de vários campos de estudos e correntes teóricas como estudos urbanos, estudos do gênero, estudos anticoloniais, sociologia urbana, estudos das mobilidades e da ecologia política. São elementos conclusivos da tese: 1 – a modernidade não se instaura completamente na cidade, apesar dos carros simbolizarem uma vitória parcial da hegemonia, o que não acontece sem resistência, feita de forma especial pelos corpos dissidentes; 2 – a modernidade representou uma barreira a outros modos de vida não alinhados com a vida europeia, a saber, organização e práticas indígenas e africanas; 3 – novas práticas sociais ligadas ao corpo podem modificar a cidade; 4 – a mobilidade tem sido capaz de aglutinar pessoas e interesses, ampliando o direito à cidade; 5 – o transporte ativo reduz a emissão de poluentes e desenha o futuro que se aproxima a partir do fim do mundo tal qual o conhecemos e das profundas transformações que ocorrerão até o final deste século; 6 – todos esses aspectos, os movimentos e as mobilidades alicerçam diversas manifestações populares em Salvador, o que nos permite pensá-la como “cidade movente”, a saber, um território constituído e estruturado a partir do movimento com reflexo em eventos como o Carnaval, a Festa da Independência da Bahia, procissões, símbolos como o saveiro e personagens como a Mulher de Roxo.

Prezado usuário: em caso de problemas no acesso ou de incorreção nas informações desta publicação do Acervo ou em caso de sua exposição contrariar direitos autorais, favor entrar em contato com o Observatório da Bicicleta.