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Sumário

Como resultado das recentes tendências de urbanização, cidades do hemisfério sul enfrentam severos problemas relacionados a mobilidade urbana: congestionamento, poluição do ar, e saúde. Além disso, as políticas de uso de terra e de transporte urbano baseadas em transporte motorizado contribuem significativamente para a mudança do clima. Portanto, acadêmicos têm proposto um paradigma sustentável de mobilidade, estressando a necessidade de transicionar para uma mobilidade sustentável e inclusiva. Uma inovação que tem sido sugerida para ter um importante papel nessa transição de mobilidade é a de sistema público de bicicletas compartilhadas. Porém, não está sendo claro quais são os papéis dos atores em promover essa transição nas cidades do hemisfério sul, e quais são as impulses e barreiras existentes.

Além de ser uma das maiores metrópoles do hemisfério sul, São Paulo também enfrenta algumas das piores condições de mobilidades. Além disso, recentemente viu o surgimento de três sistemas públicos de compartilhamento de bicicletas. Esta pesquisa, logo, toma São Paulo como área de estudo de caso, e estuda o papel dos diferentes atores na promoção da transição para uma mobilidade mais sustentável e inclusiva. A coleção de dados inclui uma pesquisa de campo de cinco meses em São Paulo, onde entrevistas semiestruturadas foram conduzidas com companhias de compartilhamento de bicicletas, organizações de cicloativistas, e administradores e políticos tomadores de decisão seniores que trabalham na prefeitura de São Paulo.

Resultados sugerem que organizações da sociedade civil têm um papel muito maior em promover essa transição do que foi previamente antecipado pela literatura. Junto de atores privados, os atores da sociedade civil têm consolidado a política do ciclismo formando organizações profissionais, usando de estratégias de despolitização e provendo assistência técnica para a prefeitura. Inovação socioinstitucional facilitou uma colaboração mais de perto entre os atores chaves, permitindo o surgimento de uma comunidade epistêmica. Em seguida, ela sugere que companhias de compartilhamento de bicicletas têm uma importante contribuição em forçar o regime para medidas de mobilidade limpa. No entanto, esta pesquisa descobre que os problemas de inclusão permanecem como resultado da desregulamentação da política pública do sistema de compartilhamento de bicicletas no nível municipal. Por último, as resultados identificam as motivações e barreiras que hoje em dia afetam a transição e provê recomendações para assim acelerar uma mobilidade mais sustentável e inclusiva no hemisfério sul.

Palavras chaves: Sistemas de compartilhamento de bicicletas, políticas de ciclismo, Multi-Level Perspective, transição, países em desenvolvimento

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Summary

As a result of recent trends of mega-urbanization, cities in the Global South

face severe problems related to urban mobility, including congestion, air

pollution, and health. In addition, land use and urban transport policies based

on motorized transport contribute significantly to climate change. Scholars

have therefore proposed a sustainable mobility paradigm, stressing the need for

a transition towards clean and inclusive mobility. One innovation that recently

gained importance is public-bike sharing systems. However, it has been unclear

what the roles of different actors are in promoting this transition in Global

South cities, and what drivers and barriers exist.

Besides being one of the biggest metropolises in the Global South, São Paulo

also faces some of the worst mobility conditions. Besides, it recently saw the

emergence of three public bike sharing systems. This research therefore takes

São Paulo as a case study area, and studies the role of different actors

promoting the transition towards clean and inclusive mobility. The datacollection included a five-month field research in São Paulo, where semistructured interviews have been conducted with public-bike sharing systems

companies, cycloactivist organizations, and senior administrative and political

decision-makers working at the Municipality of São Paulo.

Findings suggest that civil society organizations play a much bigger role in

promoting the transition than previously anticipated upon in the literature.

Together with private actors, civil society actors have consolidated cycling

policy by forming professional organizations, using depolitization strategies

and providing technical assistance to the Municipality. Socio-institutional

innovation at the municipal level facilitated a closer collaboration between key

actors, allowing the emergence of an epistemic community. It further suggests

that public bike sharing companies form an important contribution to pushing

the regime to stimulate clean mobility. However, this research finds that

problems of inclusivity remain as a result of deregulation of public bike sharing

system policy at the municipal level. Last, this thesis identifies drivers and

barriers that currently affect the transition and provides recommendations to

further accelerate clean and inclusive mobility in the Global South.

Key words: Public bike sharing systems, Cycling policy, Multi-Level

Perspective, Transition, Developing countries