Descrição

Embora seja notório os recentes esforços no desenvolvimento de novas abordagens para a avaliação de Polos Geradores de Viagens com foco na sustentabilidade, ainda é observado um grande enfoque na estrutura viária destinada aos automóveis particulares, bem como no número de vagas de estacionamento ofertados pelo empreendimento. Desse modo, soluções que contribuam para a melhoria da mobilidade de pedestres, ciclistas e usuários do transporte coletivo são deixadas em segundo plano, ou até ignorados. Essa postura é contrária aos princípios e diretrizes da lei nº 12,587/212, que estabelece, entre outras medidas, a distribuição justa de benefícios e ônus resultantes do uso de diferentes modos; equidade no uso do espaço público e de circulação; prioridade dos modos de transporte não motorizados sobre os motorizados e dos serviços de transporte público coletivo sobre o transporte motorizado individual. O presente artigo tem por objetivo avaliar os fatores que possam influenciar positivamente a escolha pelo modo bicicleta, por meio de uma pesquisa de preferência declarada, aplicada a frequentadores de um PGV de uso misto, além estimar a quantidade de viagens geradas por este polo, analisar o padrão de mobilidade dos usuários e comparar a divisão modal atual com um cenário hipotético proposto na pesquisa. Observou-se que, embora o principal incentivo para a transição de modos motorizados individuais para a bicicleta seja a existência de infraestrutura cicloviária, medidas de menor porte, tais como ofertas de vestiários e armários, também podem ser significativas na escolha de tal modo. Como vantagem desse tipo de media há o fato de poder ser executada por investidores privados e serem menos onerosas. Foi estimado que, para a situação estuda, a oferta de vestiário e armários no polo pesquisado contribuiria para a redução de, aproximadamente 30% da quantidade de viagens realizadas pelo transporte individual. Conclui-se que 201 viagens feitas por modos motorizados individuais seriam realizadas pelo modo bicicleta.