Os espaços de mobilidade das mulheres e os significados da separação

Tipo de publicação

Artigo

Curso ou área do conhecimento

Gênero

Veículo

-

Tipo de autoria

Pessoa Física

Nome do autor

Candice Vidal e Souza e Marcos Fontoura de Oliveira

Língua

Português

Abrangência geográfica

Internacional/Mundial

Ano da publicação

Sem data

Palavra chave 1

Espaço Urbano

Palavra chave 2

Feminismo

Palavra chave 3

Gênero

Palavra chave 4

Mulher

Descrição

As mulheres e o seu movimento permitido, possível ou constrangido em diversos
lugares e momentos históricos conformam uma experiência social a ser investigada pelas
ciências preocupadas com as formas e sentidos das sociabilidades urbanas. Os
deslocamentos de mulheres pelos espaços das cidades, entre suas casas, vizinhanças,
escolas, lojas, ruas e locais de trabalho remunerado, para realizar as atividades que
envolvem interação com os equipamentos urbanos, os diversos meios de transporte a seu
alcance e com outros sujeitos, especialmente homens adultos, que compartilham a cidade
com elas, são um tema sociológico que vem sendo retirado da invisibilidade há alguns anos.
Os estudos que consideram a dimensão de gênero (entendida aqui como relações entre
mulheres e homens num dado tempo e lugar) e as diferenças de práticas de mobilidade de
mulheres, especialmente as que realizam viagens urbanas rotineiras para cumprir
responsabilidades de cuidados dos filhos e da casa, têm se proliferado em relação a diversos
contextos empíricos (LITTLE et al., 1988; UTENG, CRESSWELL, 2008; JIRÓN, 2010).
O que se constata é que, embora as mulheres circulem nas cidades, seu movimento
nunca foi totalmente livre, sendo restringido por regulações legais, culturais e morais em
vários tempos e sociedades. Intentamos situar alguns fatos empíricos dispersos que
apontam para um mesmo fenômeno: a separação das mulheres em relação aos homens
quanto aos modos de transitar pela cidade (locais, meios de transporte, horários), bem
como em relação às motivações para o deslocamento3. Em sociedades diversas, as
convenções quanto à mobilidade das mulheres nos espaços públicos (ruas, praças, galerias,
centros urbanos) e nos espaços de mobilidade (bicicletas, ônibus, metrôs, táxis, motos,
carros) apontam para características específicas imputadas ao corpo feminino. As
justificativas para manter vigiado e regulado o corpo feminino em movimento para fora do espaço doméstico podem ser religiosas, sociais ou relacionadas a direitos especiais, envoltas
no discurso tanto de concessão de privilégio por serem diferentes quanto no discurso de
proteção em relação a ataques sexuais, desrespeito e agressões variadas por parte de
homens.

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