Descrição

Esta pesquisa analisa os desafios que envolvem a mobilidade escolar em contextos africanos e os efeitos da bicicleta como meio de transporte alternativo para promover o acesso ao ambiente escolar, com foco particular nos países africanos de língua portuguesa (PALOP). Tal análise decorre de uma revisão bibliográfica e compilação de dados de bases de dados socioeconômicas governamentais e intergovernamentais. A bicicleta é retratada como uma tecnologia de transporte barata e acessível, desempenhando um papel na democratização da mobilidade para grupos de baixa renda. A análise de programas governamentais e de ONGs mostra que, ao aumentar a eficiência e reduzir o tempo de deslocamento dos alunos em até 70%, o ciclismo aumenta a frequência em 28%, diminuindo as taxas de atraso em 95% e tendo efeitos positivos na melhoria do desempenho acadêmico. Nos PALOP, a taxa de propriedade de bicicletas é considerada baixa, com uma ocorrência média inferior a 20% dos domicílios. Se considerados em conjunto, esse grupo de países representa o terceiro maior mercado de bicicletas da África, com uma participação de 10% no continente. Estima-se que um contingente de 12,3 milhões de crianças em idade escolar poderia se beneficiar dos programas de incentivo à mobilidade ciclável dos PALOP, com potencial para reintegrar 2,5 milhões de crianças em idade escolar que deixaram de frequentar a escola.