Empregos com carteira assinada criados pela indústria de bicicletas e pelo comércio varejista de bicicletas (2020-2021)

Tipo de publicação

Relatório de Pesquisa

Tipo de autoria

Instituição da Sociedade Civil

Nome do autor

Aliança Bike

Língua

Português

Abrangência geográfica

Nacional

País

Brasil

Ano da publicação

2021

Palavra chave 1

Comércio

Palavra chave 2

Logística e transporte

Palavra chave 3

Mercado

Palavra chave 4

Trabalho

Palavra chave 5

Varejo

Descrição

1. Introdução
Este breve estudo apresenta os resultados relativos a empregos com carteira assinada em
dois setores da economia da bicicleta no Brasil: o setor industrial e o setor varejista. Foram
analisados os dados do CAGED (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), do
Ministério da Economia, relativos ao ano de 2020 e aos dois primeiros meses de 2021.
Os resultados indicam um impacto negativo logo no início da pandemia, com muitas
demissões especialmente no mês de abril, porém uma rápida recuperação nos meses a
partir de maio de 2020 e o balanço positivo do setor tanto ao longo do ano de 2020 quanto
já nos dois primeiros meses de 2021.
Importante pontuar, como limitações deste trabalho e da base de dados do CAGED, a
concentração de dados apenas nos empregos formais e a ausência de dados de outros
setores da economia da bicicleta, como o comércio atacadista de bicicletas e
componentes.
2. Objetivos gerais
● Analisar os impactos da pandemia de Covid-19 nos empregos diretos com carteira
assinada do comércio varejista de bicicletas e do setor fabril de bicicletas.
● Verificar a contribuição do setor de bicicletas para a geração de empregos com
carteira assinada ao longo de 2020 e no início de 2021.
● Apresentar dados que possam contribuir para a tomada de decisão nos negócios
das empresas do setor de bicicletas.
● Detalhar os dados relativos aos empregos, incluindo o comportamento deles mês a
mês e a espacialização deles pelas unidades da federação (UF).
3. Principais resultados
● Em 2020 foram gerados 1.079 novos empregos com carteira assinada na fabricação
de bicicletas e componentes. O comércio varejista de bicicletas, por sua vez, gerou
984 novos empregos com carteira assinada em 2020.
● Ao todo, no Brasil, foram criados 142.690 novos empregos com carteira assinada
durante o ano de 2020 em todos os setores da economia. Apenas o setor industrial
de bicicletas e o setor varejista de bicicletas foram responsáveis por 2.063 novos
empregos com carteira assinada (1,44% do total).
● O Estado que mais criou empregos no comércio varejista de bicicletas, em 2020, foi
São Paulo, com o saldo de 209 novos empregos com carteira assinada, seguido
do Paraná (com 140 novos postos de trabalho), Minas Gerais (101), Espírito Santo
(56) e Bahia (43).
● Já na fabricação de bicicletas e componentes, o Estado de São Paulo também
liderou, com o saldo de 395 novos empregos com carteira assinada, seguido de
Santa Catarina (208 novos postos de trabalho), Paraná (266) e Amazonas (89).
● Nos dois primeiros meses de 2021 (janeiro e fevereiro) já foram gerados 301 novos
empregos com carteira assinada na indústria de bicicletas e componentes. No
mesmo período (jan. e fev. de 2021), o setor varejista de bicicletas já gerou 424
novos empregos com carteira assinada.
● O mês de abril de 2020 foi o pior mês para o setor de bicicletas, considerando o
recorte de empregos diretos. O setor de fabricação de bicicletas, em abril de 2020,
criou 45 novos empregos com carteira assinada, porém demitiu 591 profissionais,
resultando em um saldo negativo de -546 empregos diretos. Já o comércio
varejista de bicicletas, também em abril de 2020, criou 97 novos postos de trabalho
com carteira assinada, porém desligou 466 pessoas, resultando em um saldo
negativo de -369 empregos diretos.
● O mês de agosto de 2020 foi o melhor mês para o setor de bicicletas em matéria de
empregos. O setor de fabricação de bicicletas, em agosto do ano passado, criou
856 novos postos de trabalho com carteira assinada e desligou 283 profissionais,
resultando em um saldo positivo de 573 novos empregos com carteira assinada.
Já o comércio varejista de bicicletas, igualmente no mês de agosto de 2020, gerou
522 novos postos de trabalho e desligou outros 240, resultando em um saldo
positivo de 282 novos postos de trabalho com carteira assinada.
4. Resultados: comércio varejista de bicicletas
Como um todo, as lojas de bicicletas contribuíram positiva e decisivamente para o aumento
de novos empregos formais no país durante o período analisado. Trata-se de um período
de recessão econômica, com baixo desempenho do PIB brasileiro, contudo os números do
setor de bicicletas – como já vimos no aumento das vendas – revelaram-se bastante
positivos para a economia brasileira e para o PIB.
Como pode ser observado na Figura 1, o ano de 2020 começou com saldo ligeiramente
positivo para as admissões, porém em abril há uma queda brusca de geração de novos
empregos com um pico de 466 demissões apenas neste mês. Este movimento se explica
pelos impactos iniciais da pandemia, com fechamento dos comércios, consumo represado
e isolamento social mais severo.
A partir de junho o gráfico se inverte novamente e as admissões passam a crescer até
alcançar o pico de novos empregos (606) em outubro de 2020. Essa mudança positiva no
aumento de empregos com carteira assinada se deu por conta do aumento da procura por
bicicletas a partir de maio e com o reconhecimento do serviço de mecânica de bicicletas
como serviço essencial nos principais Estados.

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