Avaliação da exposição de ciclistas ao ruído em uma cidade média brasileira
Tipo de publicação
Trabalho acadêmico (Dissertação de Mestrado)
Curso ou área do conhecimento
Engenharia de Transporte
Tipo de autoria
Pessoa Física
Nome do autor
Thiago da Cunha Ramos
Língua
Português
Abrangência geográfica
Nacional
País
Brasil
Ano da publicação
2017
Palavra chave 1
Avaliação
Palavra chave 2
Planejamento
Palavra chave 3
poluição sonora
Palavra chave 4
RUÍDO
Descrição
Embora muitas cidades brasileiras estejam gradualmente implementando infraestruturas cicloviárias, a exposição dos ciclistas ao ruído ainda não é vista como um elemento a ser considerado no processo de planejamento. A partir deste pressuposto, o objetivo deste estudo é avaliar a exposição dos ciclistas ao ruído em São Carlos, SP, cidade média brasileira na qual cerca de 244 mil habitantes, 107 mil carros e 25 mil motocicletas foram contados em 2016. O estudo envolveu os seguintes procedimentos: i) definições preliminares e ajustes relativos às campanhas de coleta de dados, ii) coleta de dados, iii) validação de dados, iv) cálculo de níveis de exposição ao ruído e v) avaliação da exposição dos ciclistas ao ruído. Foram analisadas duas rotas. A primeira apresentava infraestrutura cicloviária (ciclovias ou ciclofaixas), em alguns dos 12 setores considerados para análise. A segunda rota foi dividida em dois setores, ambos sem infraestrutura cicloviária, mas com um excelente potencial para atrair viagens de bicicleta devido à localização privilegiada da área na cidade. A exposição ao ruído foi classificada de acordo com a percentagem média de valores de SEL (Sound Exposure Level) acima de 85 dBA e de acordo com valores de Lnp (Nível de Poluição Sonora). De maneira geral, os níveis de exposição dos ciclistas ao ruído foram classificados como “muito alto” ou “alto” em todas as 14 subdivisões das duas rotas, três das quais foram classificados como insalubres. Além disso, mesmo as seções com os menores valores de Lnp apresentaram quase metade das viagens para coleta de dados classificadas como “muito altas”. É importante destacar que os locais, das partes mais ruidosas das duas rotas, tinham características distintas. Os trechos mais ruidosos da primeira rota foram registrados em uma ciclovia localizada ao longo de uma avenida larga, que margeia um rio e é cercada por áreas verdes, mas onde o limite de velocidade para carros é de 60 km/h. Há claramente um conflito aqui, dado que, apesar das condições de circulação seguras proporcionadas pela ciclovia e o agradável ambiente visual encontrado nas proximidades do rio, as condições locais de ruído não eram nada favoráveis aos ciclistas. Em termos de comparação, porém, a seção mais ruidosa da outra rota é ainda pior. Além dos altos níveis de exposição ao ruído, a área é insegura e pouco agradável para os ciclistas devido à circulação em condições de tráfego misto. Por outro lado, é convenientemente localizado em termos de acessibilidade, o que mostra uma vez mais a complexidade envolvida no processo de planejamento de novas infraestruturas cicloviárias.