Descrição

O transporte de mercadorias, particularmente em áreas urbanas, contribui para um
problema que a maioria das cidades atuais compartilha: superlotação pelo tráfego
motorizado (Wrighton e Reiter, 2016). O crescimento da população urbana impacta
diretamente no aumento da demanda por mercadorias e, consequentemente, no movimento
de carga urbana. Entretanto, o modelo atual de distribuição traz externalidades para a
sociedade, como congestionamentos, acidentes, altas taxas de poluição e aumento das
emissões de gases de efeito estufa. Essas externalidades negativas geradas pelo transporte
urbano de cargas (TUC) são amplamente vistas em grandes centros urbanos, o que leva a
uma questão: como podemos transportar de forma mais eficiente e com menos poluentes?
Com a crescente complexidade do processo logístico urbano, é inquestionável que a
mobilidade urbana precisa ser melhorada e o TUC é um dos aspectos-chave, devendo ser
eficiente e eficaz. Baseado no mesmo princípio do desenvolvimento sustentável e de cidade
sustentável, o transporte sustentável de carga urbana deve promover eficiência e
crescimento econômico, segurança, bem como equidade social e proteção ambiental para
atender às necessidades das gerações presentes e futuras (Lindholm, 2010). Para atingir
esses objetivos, as cidades precisam impulsionar sua transformação, explorando novas
formas de organizar seu transporte de carga, bem como novos meios de transporte (Gruber
e Kihm, 2015). Um dos maiores desafios, então, é vincular o desenvolvimento de cidades
mais sustentáveis e habitáveis com o TUC eficiente.
A van continua sendo a solução padrão para a entrega de mercadorias pequenas último
quilômetro em áreas densas. Esta não é a solução ideal, principalmente quando se
considera a demanda cada vez maior por entregas rápidas do comércio eletrônico. As vans
têm pouca capacidade de trazer eficientemente grandes quantidades de mercadorias de
terminais externos para o centro da cidade. No centro da cidade, as vans ficam presas no
trânsito, além de contribuir no congestionamento e sofrem com a falta de vagas de carga e
descarga.