Descrição

Nas grandes cidades dos países em desenvolvimento é comum se observar condições
inapropriadas de seus sistemas de transporte. As condições ruins dos serviços públicos de
transporte geram efeitos negativos na vida da população, sobretudo nas camadas mais
desfavorecidas economicamente. Entre esses efeitos negativos estão os elevados índices
de acidentes de trânsito, grandes congestionamentos, diminuição da qualidade de vida da
população, além da poluição ambiental, tanto atmosférica quanto sonora e visual.
Tais problemas são frutos de um desenvolvimento econômico e social desordenado desses
países e suas cidades, que tiveram como causa principal, décadas de políticas públicas
equivocadas. Assim, muitas cidades dos países em desenvolvimento apresentaram um
rápido crescimento urbano, especialmente na segunda metade do século XX, devido a um
planejamento econômico voltado para a industrialização. Esse padrão de crescimento gerou
novos eixos espaciais que refletem, atualmente, uma disfuncionalidade dos sistemas de
transportes das grandes cidades brasileiras.
Belo Horizonte se mostra como exemplo desses fenômenos, carregando diversos dos
problemas evidenciados. Nesse contexto, nos últimos anos, medidas que visam a
valorização dos transportes não motorizados e dos modos coletivos vêm sendo
(re)formuladas e, lentamente, implementadas. Buscando amenizar esses problemas, a
bicicleta se mostra como apropriada alternativa para promover melhorias nas condições de
acessibilidade, principalmente quando aliada a outro modo de transporte. A bicicleta é um
veículo economicamente viável, não poluente e saudável para o usuário, que é capaz de
cobrir deslocamentos de pequena a média distâncias. Complementar a oferta de transporte
coletivo, promovendo a integração intermodal com a bicicleta, mostra-se extremamente
vantajoso, uma vez que o indivíduo poderá alcançar maiores distâncias de deslocamento,
além de ter maior flexibilidade que uma viagem exclusiva por transporte coletivo.