O papel da bicicleta na mobilidade urbana
Tipo de publicação
Artigo
Curso ou área do conhecimento
Engenharia de Transportes
Veículo
Transportes em Revista
Tipo de autoria
Pessoa Física
Nome do autor
José Manuel Caetano
Língua
Português
Abrangência geográfica
Internacional/Mundial
País
Portugal
Ano da publicação
2008
Palavra chave 1
Mobilidade Urbana Por Bicicleta
Palavra chave 2
Planejamento
Descrição
CIDADES EM QUE AS PESSOAS tenham dificuldades em se movimentarem ou simplesmente em acederem aos principais centros de trabalho, comércio e serviços, são cidades pouco apelativas e onde a produtividade e a sua fruição como centro de cultura e lazer estarão também comprometidas, tal como o desfrutar de um ambiente são e apelativo onde as crianças possam simplesmente brincar na rua.
A existirem dificuldades de mobilidade numa cidade, existirão uma série de consequências para
quem vive, trabalha ou a visita tais como stress, ruído, desperdício de tempo ou escassez de espaço público para usufruto das pessoas.
Encorajar o uso da bicicleta, além de contribuir para uma redução de poluentes e seus efeitos, ajuda igualmente a cumprir objectivos das agendas 21 em muitos países: salvaguarda de recursos, cooperação, envolvimento e participação pública, respeito pelas necessidades sociais, económicas e ambientais.
Apostar na promoção da bicicleta (no caso velocípedes sem motor) como modo complementar de mobilidade ao andar a pé e aos transportes públicos e ainda alternativo ao automóvel, por ser um veículo não poluente, trará benefícios a médio e longo prazo já que ajuda a resolver problemas nos sectores do ambiente, transportes e trânsito. Além de ecologicamente correcta, uma política que seja orientada para medidas que fomentam o aumento do número de utilizadores de bicicleta será lucrativa em termos financeiros, por via da poupança de recursos energéticos e monetários e pela criação de mais valias comerciais e económicas, ao originarem novos negócios e mercados através de novas economias de escala.
Inúmeras iniciativas em países europeus, e também no resto do mundo, implementadas quer pelos governos centrais quer pelas regiões ou municípios, e também por iniciativa privada, têm demonstrado que os resultados do aumento do número de utilizadores de bicicleta são muito positivos, desde logo ao alterar a vivência da cidade, diminuindo o número de automóveis em circulação, mas também ao estimular a indústria, o comércio e os serviços, através da criação de emprego e diminuindo custos
com necessidades de parqueamento automóvel e os relacionados com o absentismo, por atrasos
ou doença.
Desde logo, prosseguindo-se as recomendações da OMS (Organização Mundial de Saúde) e estudos que demonstram que a saúde é um dos factores chave que leva as pessoas a escolherem utilizar a bicicleta, quer para o lazer quer como forma de mobilidade diária, estar-se-á a apostar numa política sustentável do ponto de vista da saúde pública, física e mental, dado o elevado potencial de uma utilização regular para melhorar a saúde a diversos níveis (doenças coronárias, colesterol, diabetes, obesidade e tabagismo, entre outras).