A memória e a história do Cicloativismo no Brasil
Tipo de publicação
Trabalho acadêmico (Trabalho de disciplina)
Curso ou área do conhecimento
Ciências Humanas
Tipo de autoria
Pessoa Física
Nome do autor
Giselle Noceti Ammon Xavier
Língua
Português
Abrangência geográfica
Nacional
País
Brasil
Ano da publicação
Sem data
Palavra chave 1
Cicloativismo
Palavra chave 2
Estratégia
Palavra chave 3
História
Palavra chave 4
Memória
Palavra chave 5
Planejamento Urbano
Palavra chave 6
Transporte
Descrição
Ao escrever o ensaio O cicloativismo no Brasil e a produção da lei da Política Nacional de Mobilidade Urbana: estratégias, instituições e padrões de relação entre atores, deparei com a grande dificuldade de historiar o movimento do cicloativismo no Brasil, pois essa história ainda não foi escrita.
Para situar a Política Nacional de Mobilidade Urbana, busquei, e encontrei, o histórico do Planejamento em Transportes e do Planejamento Urbano no Brasil, mas, exceto por matérias recentes de revistas, onde nós mesmos já éramos citados como atores, nada encontrei sobre o cicloativismo no Brasil. Então, lancei mão de depoimentos (por e-mail) de colegas cicloativistas.
No entanto, a todo o momento eu questionava se teríamos o direito de estar escrevendo essa história, pois estaríamos citando a nós mesmos e às pessoas a quem temos acesso via Internet. Maior inquietude, ainda, era o fato de que eu não havia feito perguntas, apenas havia pedido depoimentos sobre a história do cicloativismo no Brasil, de forma que para montar um texto que induzisse a uma certa ordenação dos fatos, baseado nos depoimentos, foi um enorme quebra-cabeça.
A maior preocupação é que o meu grande envolvimento com o cicloativismo pode ter gerado a irrupção de fatores subjetivos, e com isso, ter interferido na minha capacidade de ser “científica, justa, fiel à verdade”. Mesmo sabendo que isso não existe, quero “escrever história”. Bem sei que é fácil acontecer de, “sem querer”, citar o evento x e não o y, ressaltar o feito da pessoa a e não da pessoa b; esquecer de se referir a fatos (ou a pessoas) que tenham sido desagradáveis; privilegiar a ênfase aos eventos por mim vividos etc. Até onde tenho o direito de escolher a minha versão da história sem “distorcer a realidade”? Sobre tais questionamentos e inquietudes, ou melhor dizendo, sobre o processo de memória e interpretação é que pretendo refletir nesse ensaio.