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Por que as cidades são tão hostis às mulheres?

Marina Harkot, pesquisadora e cicloativista, foi morta em crime de trânsito no sábado, em SP. Leia um de seus artigos, em que analisa deslocamentos femininos na metrópole — em especial os riscos e dificuldades de usar a bicicleta como opção


Por Marina Kohler HarkotLetícia Lindenberg Lemos e Paula Freire Santoro, publicado na Revista de Arquitetura da Universidade dos Andes (Colômbia)

Título original: Como as mulheres de São Paulo usam a cidade? Uma análise a partir da mobilidade por bicicleta

O planejamento e os estudos urbanos adotaram historicamente abordagens totalizadoras e desenvolveram planos e diagnósticos que buscam dar conta do “interesse geral” de determinada comunidade. Resultado direto disso é a invisibilidade das mulheres no campo do planejamento urbano: não apenas como planejadoras, mas também como cidadãs para as quais as cidades também são planejadas — ou um dos grupos para quem as cidades também deveriam ser planejadas. Apesar de existirem alguns estudos nessa área desde os anos 1970, ainda é lenta a incorporação de enfoques específicos sobre gênero em pesquisas urbanas. Como consequência, tem-se a dificuldade de identificação de diferenças e especificidades nas maneiras como as mulheres utilizam o espaço urbano, bem como a falta de enfoques metodológicos que joguem luz sobre grupos sociais historicamente subrepresentados, tal como as mulheres.

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