História dobre rodas: vivências na Escola Bike Anjo

Tipo de publicação

Livro

Tipo de autoria

Instituição pública

Nome do autor

Fátima Priscila Morela Edra

Língua

Português

Abrangência geográfica

Nacional

País

Brasil

Ano da publicação

2024

Palavra chave 1

Bicicleta

Palavra chave 2

ciclabilidade

Palavra chave 3

Ciclismo urbano

Palavra chave 4

Cicloativismo

Palavra chave 5

Cicloturismo

Palavra chave 6

pedalar

Descrição

Acredito que esse e-book pode ser considerado uma grande surpresa. Claro que, após a leitura, para o leitor também, mas principalmente para nossa equipe do grupo de pesquisa Experiências em Turismo e Transporte Ativos – ETTA –
sediado na Faculdade de Turismo e Hotelaria da Universidade Federal Fluminense, FTH/UFF.

Em 2019, iniciamos a parceria com a Escola Bike Anjo (EBA) de Niterói. Naquele momento, tínhamos interesse em saber a influência do trabalho daquela EBA para o lazer e turismo na cidade, arredores, território nacional e o mundo, ao mesmo tempo em que a EBA queria saber por onde os ex-participantes estavam pedalando, para que, quantas vezes na semana… Então, iniciamos a parceria e, como resultado, tivemos a produção de quatro anuários.

Num segundo momento, a pesquisa se expandiu para o estado de Pernambuco com a realização da pesquisa contemplando quatro cidades (Caruaru, Paulista, Petrolina e Recife) ao longo de uma década de atuação com publicação em
formato de coletânea.

Cinco anos depois da parceria e resultados, o desafio foi ampliado, fazer em outras cidades, distribuídas por diversas regiões do país, são elas: Fortaleza (CE), Porto Alegre (RS), Serra, (ES), São Paulo (SP), Viana (ES), Vila Velha (ES) e Vitória
(ES). O resultado gerou o Álbum EBA BRASIL.

Desde seu início até o momento, não houve mudança de objetivos pelo ETTA e/ou EBAs, mas conforme as pesquisas foram se desenvolvendo e amadurecendo, foram-se agregando mais dados/curiosidades, inclusive por isso, o Anuário se tornou Coletânea e depois Álbum.

Na última edição da pesquisa on-line foi acrescentado espaço onde os respondentes (ex-participantes das EBAs) poderiam, se quisessem, escrever sobre suas experiências na EBA. Como a pesquisa foi divulgada nas páginas da redes sociais da Rede Bike Anjo, ex-participantes de qualquer EBA do Brasil poderiam responder. Mais de 60% dos respondentes compartilharam suas experiências, que riqueza de histórias, quanto mais se lia, mais queríamos ler, era uma sensação de emoção, alegria misturada às lágrimas nos olhos… E eu lembrei de mim…

Aos 38 anos me vi terminando um doutorado em Ciência Política após um mestrado em Engenharia de Transportes e uma graduação em Turismo de frente para uma turma de estudantes universitários os desafiando a ter uma ideia para o
fomento ao turismo de bicicleta na cidade de Niterói que iniciava, no ano de 2014, uma política voltada para a mobilidade por bicicleta no território. O problema? Eu não pedalava!

Tive contato com dois coordenadores de EBAs: um do Rio de Janeiro e outro de Niterói… Descobri que saber pedalar eu sabia, só não sabia que deveria usar bicicletas compatíveis com meu tamanho (sou baixinha!). Meses depois, fui até a EBA da cidade do Rio de Janeiro para fazer trabalho de campo com alunos. Meu marido e filho resolveram me acompanhar naquele
trabalho, afinal era um domingo, e fomos de bicicleta. Hoje meu filho tem 13 anos, mas naquela época tinha apenas três. Embora estivesse acostumado a ir e voltar da creche na cadeirinha da bicicleta dos pais e a passear nos fins de semana em sua bike, ainda usava rodinhas.

Quando o coordenador da EBA viu meu filho e sua bicicleta com rodinhas, perguntou: posso tirar as rodinhas e colocá-lo para pedalar? Foi apenas o tempo de fazer a ida em uma reta, a volta, a ida e… tive a imagem mais bela: o sorriso de alegria do meu filho ao perceber que estava retornando sobre sua bicicleta pedalando sem rodinhas, sem cair, completamente adaptado. A alegria dele era tanta que fiquei extasiada, não tive nem a reação de pegar uma câmera para registrar aquele momento, mas ainda o guardo na memória. Essa é a minha experiência e, talvez por isso, tenho tanto carinho por esse
trabalho. Acho que fazer essa parceria, desenvolver e coordenar esse trabalho é a minha forma de dizer MUITO OBRIGADA!

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