Na coluna passada falei que esta é a Semana da Mobilidade, por compreender o Dia Mundial Sem Carro, 22/09. E uma das atividades mais interessantes realizadas nesta semana é o Desafio Intermodal. Consiste num deslocamento feito em horário de pico, por pessoas em diferentes modos de transporte, para comparação entre os modos. Não se trata de uma corrida, é necessário respeitar as leis de trânsito, e a ideia é eleger por diversos parâmetros qual o meio mais eficiente para um deslocamento típico das pessoas na cidade.

A ideia surgiu no Rio de Janeiro, em 1993, mas só em 2006 recebeu o nome de Desafio Intermodal, e desde então é realizada anualmente em diversas cidades brasileiras. Os modos mais comuns são a pé, bicicleta, ônibus, moto e carro. Mas dependendo da cidade e do número de participantes, pode-se incluir metrô, mototáxi, táxi, carro por aplicativo(s), barco, diferentes tipos de bicicletas – afinal, os organizadores são geralmente os coletivos de ciclistas – pessoa correndo, patins, skate, monociclo, etc. Já teve até helicóptero em São Paulo, em 2012! Também pode ter participante fazendo o trajeto utilizando 2 modos combinados, como metrô + bicicleta, ou metrô + ônibus.

Quando cada participante chega, é anotado o tempo de deslocamento e a distância percorrida. Com estes dados (e outros coletados previamente, como preços de passagem e de combustível), é possível calcular a emissão de poluentes, o custo da viagem, a quantidade de energia utilizada, a emissão de ruídos, dentre outros. Os parâmetros recebem então notas ou índices comparativos, para cálculo da média de cada modo.

No ranking final, os modos a pé e bicicleta acabam sempre com notas maiores, e os motorizados individuais (moto e carro) com notas menores, especialmente pelo alto custo e emissões de poluentes e ruído. Infelizmente, sabemos que muitas pessoas não se importam com as demais consequências do seu deslocamento ao escolher seu meio de transporte, apenas o custo e o tempo que vai demorar. Mas os tomadores de decisão poderiam considerar as vantagens de diversos modos quando definem o que priorizar nas cidades, especialmente neste momento que precisamos reduzir as emissões.