Estudo Impacto da COVID-19 nas OSC brasileiras: da resposta imediata à resiliência
Tipo de publicação
Manual
Tipo de autoria
Instituição da Sociedade Civil
Nome do autor
Mobiliza
Língua
Português
Abrangência geográfica
Nacional
País
Brasil
Ano da publicação
Palavra chave 1
mrosc
Palavra chave 2
Políticas Públicas
Palavra chave 3
Sociedade civil
Descrição
APRESENTAÇÃO
No momento que publicamos este estudo, mais de R$ 6 bilhões foram doados por empresas e indivíduos, nos últimos meses, para enfrentar os efeitos da pandemia no Brasil, de acordo com o Monitor das Doações COVID-19, da Associação Brasileira de Captadores de Recursos (ABCR).
Para se ter uma referência, o valor é 78% superior ao total investido/doado por ano pelos associados do GIFE (Grupo de Institutos, Fundações e Empresas) respondentes do Censo GIFE 2018 (R$ 3,25 bilhões), o que demonstra uma grande mobilização da filantropia brasileira para enfrentar os efeitos danosos da pandemia.
Diversas organizações da sociedade civil (OSCs), movimentos, coletivos e grupos estão sendo fundamentais para conectar os recursos emergenciais às populações mais vulneráveis, demonstrando
sua capilaridade e eficiência para fazer chegar a ajuda a quem realmente precisa. A grande maioria das OSCs, porém, já fragilizada por sucessivas crises econômicas, corre sério risco de sair ainda mais fraca da crise.
A atenção ao curto prazo e à emergência, portanto, pode estar ocultando uma crise de médio prazo (de 3 a 6 meses). Em outras palavras, a demanda para o importante trabalho das OSCs deve
aumentar após a pandemia, mas não sabemos se elas terão recursos para manter suas equipes e sua estrutura fixa para enfrentar os efeitos nocivos posteriores à crise1 (aumento da desigualdade, violência, atraso na aprendizagem de crianças e adolescentes, precarização das condições de vida de famílias vulneráveis, etc.).
Para entender melhor esse cenário e os impactos da COVID-19 nas OSCs brasileiras, 1.760 representantes de organizações de todas as regiões do país responderam a um formulário entre 17 e 31 maio de 2020. O estudo teve abordagem mista: quantitativa, por meio de questionário online enviado por email e divulgado amplamente nas Apresentação redes sociais; e qualitativa, com 15 entrevistas que aprofundaram a compreensão dos dados.
Do total de organizações respondentes, 87% relataram ter todas ou parte de suas atividades regulares interrompidas ou suspensas por conta da crise; e 73% das OSCs relataram que a crise as enfraqueceu.
Chama a atenção entre os dados levantados que, mesmo com as restrições financeiras, até o final do ano a maioria das organizações respondentes (87%) prevê continuar as atividades. Este dado é um alento, considerando que a maioria (também 87%) das OSCs está atualmente oferecendo algum tipo de atendimento às populações afetadas pela COVID-19. O que reforça a importância do seu trabalho no momento atual e ainda no momento por vir — 59% das organizações respondentes acreditam que a demanda por seus serviços deve aumentar após o final da pandemia.
Mas as OSCs serão capazes de sobreviver a mais esta crise? O que caracteriza as organizações mais fortalecidas ou enfraquecidas pela crise? Como lidar com os efeitos da crise? Como repensar suas ações no “novo normal”? E como mobilizar a sociedade — empresas, financiadores, indivíduos e governo — para fortalecer o capital social que as Organizações da Sociedade Civil representam? São algumas das questões que este estudo busca iluminar, e se dedica a aprofundar nas conclusões e recomendações finais.