Mobilidade Urbana: Abordagem Multidisciplinar

Tipo de publicação

Livro

Tipo de autoria

Instituição pública

Nome do autor

Cristina Araujo-Lima

Língua

Português

Abrangência geográfica

Metropolitana

País

Brasil

Ano da publicação

2019

Palavra chave 1

Acessibilidade

Palavra chave 2

Ciclomobilidade

Palavra chave 3

Desenho Urbano

Palavra chave 4

EDUCAÇÃO AMBIENTAL

Palavra chave 5

mobilidade urbana

Palavra chave 6

Planejamento

Palavra chave 7

Políticas Públicas

Descrição

APRESENTAÇÃO

MOBILIDADE URBANA EM ABORDAGEM MULTIDISCIPLINAR
UMA COLETÂNEA COMO MATERIAL PARA REFLEXÃO E AÇÃO

É famosa a frase de George Bernard Shaw pela qual ele diz: Você vê coisas que existem e se pergunta por que? Eu imagino coisas que não existem e me pergunto por que não?“ . Essa frase tem muito a ver com a organização do conteúdo desta coletânea que se apresenta aqui. Ela é formada por trabalhos de pesquisa acadêmica em diferentes contextos, mas também de material fundamentado em ações em curso, ou realizadas por grupos de extensão, programas de gestão municipal ou ativistas da causa da mobilidade e do transporte digno e eficiente. Esta coletânea visa fomentar o avanço das reflexões a respeito do tema da mobilidade de forma mais abrangente, reunindo diferentes abordagens sobre mobilidade, dentre tantas outras possíveis. O conteúdo é dirigido a estudantes, pesquisadores, profissionais e ao público interessado ou que trabalha no tema, tanto para entender fatos e condições existentes, quanto na busca por soluções mais adequadas, democráticas e sustentáveis para benefício da população em geral. Eles se perguntam: se é assim, como poderia ser diferente? O que levar em conta para que a mobilidade – especialmente as formas mais sustentáveis como os modais ativos ou transporte coletivo – se torne um aspecto de suporte mais eficiente para a vida nas cidades?
O objetivo do livro é contribuir para a reflexão em torno da questão da mobilidade como base para a ação – tanto dos profissionais formados pela academia, quanto como suporte para a ação das entidades civis que atuam no tema, pois a mobilidade se tornou crucial para a qualidade de vida nas cidades contemporâneas e assim, se necessita uma visão multidisciplinar para a otimização das condições existentes. Uma consideração que parece fundamental é de que o espaço não se limita a ser um suporte físico para as atividades humanas. E a mobilidade não se restringe a deslocamento. Tanto o espaço resulta de uma produção abrangente (socioeconômica, ambiental, tecnológica, cultural), quanto a mobilidade é, antes de tudo, uma condição construída pelas relações sociais, políticas, econômicas e estilos de vida que, em seu conjunto, vai permitir aos membros de uma sociedade ocuparem e acessarem vários lugares, com maior ou menor conforto e eficiência (LÉVY, 2001). Catalão (2010) contribui ao propor que o espaço pode ser entendido como uma mediação interativa entre as formas do ambiente construído, resultantes da transformação da natureza, e a vida social que as anima, cuja dinâmica de produção articula dialeticamente as dimensões do percebido, do concebido e do vivido.
Por outro ponto de vista, a mobilidade pode ser analisada como um atributo que facilita ou dificulta a vida urbana. Como Grinover aponta, ao falar sobre a importância da condição de hospitalidade de uma cidade, a cidade dispõe – ou não – de uma capacidade de acolhimento do cidadão, especialmente no cotidiano, e isso se realiza pelo espaço, além dos serviços, equipamentos e outras condições. E dentre os elementos que constituem o espaço, na presente coletânea se destacam os espaços de circulação – ruas e passeios -, sem os quais não poderia haver a movimentação que dinamiza as interações de vida (social, política, econômica, cultural), pois elas se realizam principalmente no plano espacial, a despeito das possibilidades digitais de agregação de pessoas (LÉVY, 2001). E sendo que a mobilidade possibilita ações de vida, ela se transforma conforme os processos de desenvolvimento individual ou de um grupo, da sociedade, no âmbito coletivo e/ou da vida privada, conforme as reconfigurações contemporâneas do que seja o habitat urbano (TAPIE, 2018). Dentre os diversos modais de locomoção, motorizados ou não, públicos ou particulares, se verificam efeitos da tecnologia, como no contexto brasileiro, e no mundo, onde o transporte público principal feito por linhas de ônibus, passa a perder usuários para os serviços de táxi comandados por aplicativos digitais, ou opções de compartilhamento de carros, bicicletas ou patinetes. Qual seria um encaminhamento das políticas públicas de mobilidade? Como os modais de transporte estão afetando as condições socioambientais?

Este livro apresenta nove capítulos organizados em duas partes. A primeira se intitula: “MOBILIDADE E ESPAÇO URBANO” e focaliza: situação do espaço urbano para pedestres em Curitiba, de autoria de Helena Mendonça Faria; da condição de acessibilidade em calçadas de área central urbana, por Pillar Muzillo; da contribuição das bicicletas para o meio ambiente urbano e soluções recentes aplicadas e testadas nas ruas curitibanas para favorecer o seu uso na cidade, de autoria de Antonio Carlos de Mattos Miranda e João Pedro Bazzo Vieira; uma verificação das condições de acessibilidade em ruas e passeios tendo em vista a segurança pública, como as situações de emergência de incêndios, no estudo desenvolvido por Ivan Ricardo Fernandes; a relação entre condições de transporte e habitação social, discutindo o dispêndio de tempo de deslocamento e justiça ambiental por Roberta Giraldi Romano e, fechando esta parte inicial, uma análise do consumo de energia considerando o sistema de transporte público de Curitiba, em texto elaborado por Ivo Reck Neto.
A segunda parte tem por título: “MOBILIDADE EM PROPOSTAS, AÇÃO E GESTÃO”, na qual os capítulos abordam estudos, propostas, soluções e resultados de ações em curso ou a serem implantadas no espaço urbano. Inicialmente se apresenta o capítulo que propõe opções para otimização dos serviços de transporte público, com estudo comparativo sobre diferentes modais, com ênfase para o sistema de mobilidade por levitação, utilizado no trem intitulado MAGLEV, desenvolvido pela Universidade Federal do Rio de Janeiro UFRJ, em texto de autoria de Hermes Eduardo Nichele. Em seguida, se abordam mecanismos de Desenho Urbano, com foco nos modais ativos, propondo soluções diversas, especialmente para a ciclomobilidade, de autoria de Felipe Santos Gomes e Cristina Araujo-Lima. Na sequência, são descritas ações atuais para mobilidade consciente junto à comunidade urbana decorrentes do Programa CICLOVIDA da UFPR, em atividade por mais de uma década, que subsidia a reflexão a respeito da mudança cultural por meio do experimento pessoal pela participação no DESAFIO INTERMODAL. O capítulo é de autoria de Ken Flávio Ono Fonseca, José Carlos Assunção Belotto; Nestor Cortez Saavedra Filho e Silvana Nakamori. E, para finalizar são comentados aspectos de gestão de tarifa transporte público que é uma questão fundamental para o uso do transporte coletivo, por Lafaiete Neves.
Todos estes conteúdos são decorrentes de pesquisas realizadas com metodologia científica ou trabalhos técnicos especializados conforme as atividades acadêmicas ou técnico-profissionais dos autores. Na parte “Sobre os Autores”, se apresentam os dados curriculares de todos os autores que participam da coletânea, com informações gerais sobre sua formação e atividade atual, assim como o link para os curricula vitae completos e e-mail de contato.
Finalmente, o agradecimento especial a todos que contribuíram para a concretização desta coletânea, desde os autores dos capítulos aqui apresentados, até aos alunos, professores, pesquisadores e técnicos atuantes nos programas de graduação e pós-graduação cujas atividades de debates, estudos, dúvidas e sugestões ensejaram grande parte do teor dos capítulos, com destaque para as áreas da Arquitetura e Urbanismo, Engenharia da Construção Civil, Meio Ambiente e Desenvolvimento, Planejamento Urbano. Ainda, o agradecimento aos membros do Grupo de Pesquisa “Cidade, Meio Ambiente e Políticas Públicas” – CIMAPP, e do Laboratório de Habitação e Urbanismo LAHURB, ambos do Departamento de Arquitetura e Urbanismo DAU, todos da Universidade Federal do Paraná – UFPR. Agradecendo também pelo excelente atendimento da equipe da Biblioteca de Ciência e Tecnologia do Setor de Tecnologia, no campus Centro Politécnico. O nosso agradecimento à Chefia do Departamento de Arquitetura e Urbanismo na pessoa do Prof. MSc. Silvio Parucker pelo incentivo para a publicação, e ao apoio dos colegas professores; ao Prof. Dr. Horácio Tertuliano dos Santos Filho, diretor do Setor de Tecnologia da UFPR, e à Prof.ª Dr.ª Graziela Ines Bolzón de Muniz, vice-reitora, pelo apoio seguro e para a edição e divulgação deste trabalho coletivo no âmbito da Universidade Federal do Paraná.

Cristina ARAUJO-LIMA
Organizadora

Professora, Pesquisadora, Doutora em Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano
Grupo de Pesquisa Cidade, Meio Ambiente e Políticas Públicas – CIMAPP
Curso de Graduação em Arquitetura e Urbanismo CAU
Programa de Mestrado em Planejamento Urbano PPU
Programa de Mestrado e Doutorado em Meio Ambiente e Desenvolvimento PPGMADE
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ
Curitiba – Estado do Paraná

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