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O ciclo de penúria dos entregadores de app

Com péssimos salários, eles não controlam a remuneração e arcam com riscos e custos. Estudo mostra, ainda, que a oferta de bicicletas se concentra em 3% da área de São Paulo. Bonificações nesses locais reforçam deslocamentos insanos.

Qualquer pessoa de qualquer lugar de grandes cidades pode pedir lanches ou refeições por delivery. Porém, quem entrega, principalmente os trabalhadores que se locomovem por bicicleta em São Paulo, muitas vezes precisa estar nas áreas com maior número de pedidos, nas quais podem ganhar mais.

Em um levantamento de campo realizado entre janeiro e abril de 2022, no escopo de uma pesquisa da Universidade de São Paulo, verificou-se que a distribuição dos pontos de bicicletas compartilhadas e os sistemas de bonificação, por meio das quais os entregadores recebem um valor extra para cada entrega, forçam o deslocamento desses entregadores para as áreas mais centrais da cidade, onde já se concentram os restaurantes e os clientes mais abastados.

Desse modo, os cicloentregadores que moram em bairros periféricos da cidade e da Grande São Paulo despendem horas em ônibus, metrô ou trem para retirar – às vezes também com horas de espera – uma bicicleta elétrica nas quatro bases do iFood Pedal ou uma convencional, menos disputada, nos 259 pontos do Bike Itaú, localizados predominantemente na zona sul (Itaim Bibi, Jardim Paulista e Moema) e oeste (Pinheiros), onde há também uma forte valorização imobiliária.

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