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Circuito das Araucárias completa 10 anos e cria monumento em homenagem aos ciclistas

O Circuito das Araucárias, uma rota de cicloturismo localizada na região do Planalto Norte de Santa Catarina, está completando 10 anos. Quem pedala e quem entende o poder do cicloturismo tem muitas razões para comemorar. Afinal são vários os fatores que determinam o sucesso de uma rota e passam desde as belezas naturais, características culturais, desafios no percurso até a comida típica e a recepção calorosa de quem é da terra. Mas, principalmente, uma boa gestão que garanta sustentabilidade e continuidade do projeto.

Todas essas características fazem parte desse percurso de 270 km, divididos em nove trechos, que se entrelaçam pelos municípios de Campo Alegre, Corupá, Rio Negrinho e São Bento do Sul. Lançado em junho de 2012, o circuito é uma iniciativa do Consórcio Intermunicipal Quiriri, que é um fomentador de ações para a preservação do meio ambiente e do desenvolvimento do turismo regional. Foi mapeado pelo Clube de Cicloturismo e é administrado pela AK3 Turismo.

“Temos várias razões para comemorar, além da presença de muitos ciclistas ao longo desses dez anos, é notável como o circuito trouxe crescimento para as cidades. Muitas oportunidades de negócio surgiram, estão indo muito bem e isso afeta todas as cidades”, diz Cristiana Hastreiter, secretária executiva do consórcio Quiriri. Atualmente a rota conta com 52 parceiros, entre pousadas, restaurantes e pontos de apoio ao ciclista. De acordo com os registros oficiais, oito mil ciclistas já passaram pelo percurso. “Este número é aquele do registro nos livros, sabemos que está subdimensionado.”

E parece estar mesmo, em janeiro de 2023 foi implantado um sistema informatizado para registrar todos os turistas que fazem ou desejam fazer as rotas de bicicleta ou a pé. O site, segundo Cristiana, já está com 1898 contas registradas.

O Circuito das Araucárias faz parte da Rede de Trilhas. “Já temos a nossa pegada amarela com a Araucária”, diz ela. Desde 2019, o Circuito também oferece rotas para caminhadas e trekking, com 15 opções que totalizam 372 quilômetros de extensão. Cada rota tem entre 15 e 34 quilômetros.

Cleiton Dias, da AK3 Turismo e que faz a gestão do circuito desde 2013, conta que é notório o aumento dos grupos de pedal na região, claramente inspirados pelo circuito. “Em 2012 tínhamos dois grupos de pedal, hoje são mais de 40. Os ciclistas foram vendo o desenvolvimento e a aceitação do projeto e foram se animando a pedalar”, diz ele. “Os benefícios acabam sendo para toda a comunidade.”

Boa parte do sucesso, segundo Cleiton, está relacionada à gestão terceirizada. “Só assim conseguimos driblar as mudanças de governo que acontecem a cada quatro anos. Essa é a garantia de continuidade”, explica. “Muitas vezes os novos gestores não conseguem entender o tamanho desse trabalho que vai desde a limpeza do caminho, manutenção da sinalização, atendimento aos viajantes ao engajamento com o poder público e os parceiros.”

Para marcar os 10 anos do Circuito das Araucárias foi inaugurado em Rio Negrinho, em abril, o “Monumento do Ciclista”, uma obra em metal com três metros de altura e que simboliza a superação, o desafio e a conquista de cada participante. Em breve também será inaugurado o Monumento do Ciclista. Em breve a mesma obra será instalada nas cidades de Campo Alegre, Corupá e São Bento do Sul.

Quem decide visitar o Circuito vai pedalar entre vales e montanhas, cobertos pela exuberância da Mata Atlântica, encontrar dezenas de cachoeiras – só na Rota das Cachoeiras, há uma inacreditável sequência de 14 quedas em menos de 3 km. E, claro, muitas araucárias.

Entre os nove trechos, cuja indicação é que devem ser feitos em viagens de cinco a seis dias, o ciclista cruza com a história, como a Estrada Dona Francisca, construída por volta de 1865. E, com sorte, o viajante ainda pode encontrar com a Maria Fumaça percorrendo a ferrovia construída em 1913, que ligava São Paulo ao Rio Grande do Sul. Os trilhos cruzam o circuito diversas vezes.

É um circuito cheio de desafios – ele passa pelo Morro da Igreja, um paredão de pedra de 245 metros de altura para se fazer rapel. Mas também muitas recompensas, especialmente no que se refere a comida. A primeira delas é, para quem viaja, entre abril e junho, pode ir colhendo pinhões pelo caminho. Há também, durante o verão, o “Colhe e Paga” nas propriedades que cultivam frutas vermelhas como mirtilo e framboesa. Mas o café colonial, uma refeição servida de sexta a domingo, das 15h às 17h, é um dos pontos fortes. Outro destaque é a banana mais doce do Brasil, também chamada de caturra, que é colhida no município de Corupá.

 

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