A cicloativista Renata Falzoni (PSB), de 71 anos, foi eleita vereadora em São Paulo com 30.206 votos, apresentando propostas voltadas para reduzir a violência no trânsito, diminuir o número de carros nas ruas, proteger pedestres e ciclistas, e enfrentar os impactos das mudanças climáticas na cidade.

Esta foi a quarta vez que concorreu a um cargo, mas a primeira em que se elegeu. Anteriormente, ela se candidatou a vereadora em 1996 e 2020, além de ter disputado uma vaga na Assembleia Legislativa em 2022.

Formada em arquitetura e urbanismo, Falzoni é, além de pioneira no cicloativismo no Brasil, fotógrafa e videorrepórter, tendo iniciado no jornalismo na década de 1970. Também foi precursora no Brasil da videorreportagem, quando o profissional executa sozinho as funções de repórter e cinegrafista. Especializou-se no registro de eventos esportivos e de aventura.

Falzoni revela que começou a utilizar a bicicleta como meio de transporte em 1966, quando se envolveu ativamente no cicloativismo. Em 1998, ela liderou um grupo de ciclistas que percorreu o trajeto de Paraty (RJ) a Brasília para celebrar o reconhecimento da bicicleta nas leis de trânsito. Criou o Night Biker’s, grupo de pedalada nas noites paulistanas. E, atualmente, comanda o portal Bike é Legal, com notícias e dicas sobre ciclismo, mobilidade e cicloturismo.

Como vereadora, Falzoni pretende fortalecer o debate sobre políticas públicas direcionadas a pedestres e ciclistas. Ela defende, entre outras iniciativas, a criação de novas ciclovias e ciclofaixas na cidade, a reestruturação da arquitetura urbana para beneficiar os transeuntes e o incentivo ao transporte público coletivo.

“Mobilidade sempre foi um dos principais problemas de São Paulo, mas a situação piorou muito nos últimos anos. A cidade passou a ser pensada para os carros, nós precisamos fazer o contrário para que os paulistanos possam ter mais qualidade de vida, passar menos tempo no trânsito, ter mais saúde e para combater os efeitos das mudanças climáticas”, disse.

Falzoni se compromete a trabalhar pela destinação de recursos que permitam expandir a malha cicloviária da cidade em 400 km nos próximos quatro anos. Ela também propõe aumentar o tempo de travessia de pedestres nos semáforos, melhorando a segurança nas vias.

Ela afirma ainda que trabalhará para implementar a tarifa zero nos ônibus em São Paulo e defende uma reestruturação do modelo de financiamento do transporte público coletivo na cidade.

Falzoni também apoia a redução dos limites de velocidade em São Paulo e planeja propor o programa “Visão Zero”, que busca “acalmar o trânsito” e tem como objetivo reduzir em 50% as mortes e lesões no trânsito até 2028.

“A gente precisa pensar a cidade para as pessoas, não para os carros. A gente viu o número de mortes no trânsito aumentar nos últimos anos porque as políticas não pensam na proteção das pessoas”, diz.

Além de questões relacionadas à mobilidade urbana, Falzoni apresenta propostas para enfrentar os efeitos das mudanças climáticas em São Paulo. Ela propõe a criação de um programa de arborização e plantio de mudas nas calçadas, o desenvolvimento de hortas urbanas, a criação de novos parques e a renaturalização de rios e córregos na cidade.

 

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• Data de publicação original: /2024
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