Nestas Eleições pouco se falou sobre mobilidade sustentável, transição energética, economia verde. Poucos compromissos foram assumidos pelas candidaturas em áreas afeitas ao universo dos milhões de ciclistas de todo o país.
Pelo papel inclusivo e transformador que a bicicleta tem na vida dos brasileiros, tomamos a iniciativa de listar alguns desafios iniciais para a próxima gestão:
1. Reforma tributária, desoneração tributária do setor e política industrial. Essencial para o desenvolvimento econômico do Brasil, um novo sistema tributário deve contemplar progressividade de alíquotas a partir da economia verde. Não é aceitável que bicicletas paguem mais impostos do que carros e motos a combustão, por exemplo. Ainda, há urgência na criação de uma política industrial para o setor de bicicletas, inclusive para exportação e melhor equilíbrio da balança comercial.
2. Eco e cicloturismo. A retomada econômica deve estar aliada à preservação dos nossos biomas e o uso público sustentável das áreas naturais. O Brasil tem uma imensa vocação para o cicloturismo e o ecoturismo. Deve-se fortalecer a Rede Nacional de Trilhas de Longo Curso e criar um sistema nacional de fomento e governança do cicloturismo, além de promover, no exterior, o turismo sustentável e de aventura brasileiros.
3. Ciclovias, ciclofaixas, calçadas e bicicletários. Criar linhas exclusivas de financiamento para municípios investirem em infraestrutura para mobilidade ativa em todo o país. Implementar ciclovias em rodovias e estradas federais, inclusive naquelas concedidas à iniciativa privada.
4. Redução de mortes no trânsito. Colocar em prática políticas mais contundentes para a redução de mortes no trânsito em todo o Brasil, especialmente nas rodovias e estradas federais.
5. Esporte. Fortalecer as modalidades esportivas com bicicleta, com aumento real do bolsa-atleta e criação de um sistema público de formação esportiva, das escolas (base) até o alto rendimento. Ampliar uso público nas unidades de conservação para fomento do mountain bike.
6. Financiamento e crédito ao mercado de bicicletas. Através dos bancos públicos (como a Caixa e o BB), criar linhas de crédito e financiamento, com subsídio, para aquisição de bicicletas e bicicletas elétricas, visando promover a mobilidade sustentável. Criar programa específico para entregadores.
São medidas simples e de grande impacto, tanto do ponto de vista social quanto econômico, que beneficiarão milhões de brasileiras e brasileiros, se implementadas. Estamos à disposição para dialogar e construirmos juntos estas agendas.
Aliança Bike – Associação Brasileira do Setor de Bicicletas