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Em podcast e revista, projeto aborda relação entre deslocamento das mulheres nas cidades e combate à crise climática

Modo de vida urbano atual centrado nos veículos agrava a crise climática.

Com o agravamento das mudanças climáticas no mundo, os temas socioambientais entraram em evidência nos últimos anos. Em novembro, mais de 400 organizações – incluindo o SampaPé! – assinaram a carta aberta da Aliança por Deslocamentos Ativos e Saúde (tradução livre de Partnership for Active Travel and Health – PATH), pedindo aos líderes governamentais e municipais que invistam mais em mobilidade a pé e por bicicleta para atingir as metas climáticas e melhorar a qualidade de vida das pessoas. O texto foi apresentado na COP 27, em uma série de reuniões, palestras e eventos paralelos oficiais da conferência da ONU.

De acordo com o Relatório Mundial das Cidades de 2022 da ONU-Habitat, os ambientes urbanos ocupam menos de 2% da superfície da Terra e abrigam 56,2% da população. Esse modo de vida consome 78% da energia produzida no mundo e libera mais de 60% dos gases de efeito estufa, sendo os veículos motorizados responsáveis por 27% das emissões globais de dióxido de carbono (CO2). Ou seja, o modo de vida urbano atual centrado nos veículos e na produção massiva agrava a crise climática.  

Transformação das cidades só acontecerá com protagonismo feminino

Por outro lado, as mulheres são as que mais se deslocam de forma sustentável, a pé ou por transporte público nas cidades, e ainda cumprem o papel social de cuidado. Por isso, são as que mais sofrem com cidades ruins para caminhar. Assim, a estrutura urbana, somada às consequências da crise climática, como secas, enchentes, entre outras, impactam de forma mais grave grupos que já são marginalizados no ambiente urbano, como as mulheres pretas e periféricas nas cidades latino-americanas. 

Para aproximar esse tema global ao cotidiano das mulheres nas cidades e colocar elas como protagonistas da transformação, a ONG SampaPé! desenvolveu o podcast e revista Clima e Caminhabilidade, que cria um diálogo entre duas mulheres (personagens fictícias), Carla e Maria, que abordam os temas:

  1. Qual é a relação entre ir a pé e mudanças climáticas?

  2. Qual é a relação entre o deslocamento das mulheres e cidades feitas por e para homens? 

  3. Qual é a relação entre direito à cidade e se organizar para propor mudanças?

Como apoio ao diálogo, no final dos episódios e da revista, há um glossário que explica de forma didática e acessível os termos caminhabilidade, crise climática, direito à cidade, incidência política, mobilidade das mulheres e urbanismo feminista.

Podcast e revista são ferramentas para diálogo e aproximação dos temas

“O objetivo do podcast é dar ênfase à importância de cidades que priorizam o caminhar e o cuidado com as pessoas, para criar ambientes mais justos a curto prazo e enfrentar a crise climática a médio prazo. Além disso, queremos que esse assunto esteja na boca das pessoas e seja simples e popular, pois só assim podemos nos engajar coletivamente” , afirma a Diretora Presidente do SampaPé!, Leticia Sabino. 

O podcast pode ser acessado nas principais plataformas de streaming no canal da organização, chamado Cidades Caminháveis, pelo link bit.ly/ep1_podcastclimaecaminhar, e a revista está disponível para acesso e download no link bit.ly/revistaclimaecaminhar.

De acordo com Leticia, atuar para criar cidades caminháveis, em que os ambientes urbanos sejam melhor distribuídos, com espaços públicos de qualidade e ruas seguras e acolhedoras para todas as pessoas, é uma questão social, ambiental e climática urgente. “E essa transformação só acontecerá com o protagonismo das mulheres”, complementa a fundadora do SampaPé.

Para a Analista de Desenvolvimento Institucional do SampaPé!, Louise Uchôa, os materiais também têm como objetivo servir de conteúdo para que outras organizações de mobilidade ativa e direito à cidade, associações de bairro e movimentos de luta por moradia possam começar a conversar sobre caminhabilidade e mudanças climáticas e se empoderar sobre o tema. “Queremos que as pessoas tenham ferramentas para se unir e pressionar o poder público a agir e se responsabilizar, para que possamos viver em um lugar mais seguro, caminhável, saudável, sustentável e justo”, afirma.

Como acessar os materiais:

Ouça AQUI o podcast Clima e Caminhabilidade. 

Acesse AQUI a revista Clima e Caminhabilidade.

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Fonte: Notícia enviada pela Assessoria de Imprensa da SampaPé – comunicacao@sampape.org

 

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