LETRAMENTO CORPORAL E CICLISMO EDUCACIONAL: UMA PROPOSTA PEDAGÓGICA PARA AS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA

Tipo de publicação

Livro

Tipo de autoria

Pessoa Física

Nome do autor

Mariza Antunes de Lima e Guilherme Gasparotto

Língua

Português

Abrangência geográfica

Nacional

País

Brasil

Ano da publicação

2021

Palavra chave 1

bicicleta na escola

Palavra chave 2

ciclismo educacional

Palavra chave 3

Educação

Palavra chave 4

letramento corporal

Descrição

PREFÁCIO

Quando comecei a ler o livro de Mariza Antunes e Guilherme Gasparotto, achei que seria um livro exclusivamente sobre Letramento Corporal, ou sobre ciclismo educacional. É mais amplo, é um livro sobre pedagogia da Educação Física, que elege o ciclismo educacional como conteúdo preferencial das aulas, cujas práticas são orientadas pela ideia de Letramento Corporal.

Não é só pela linguagem oral e escrita que nos comunicamos com o mundo. As pessoas se comunicam de muitas maneiras, entre elas, com uma linguagem muda, aquela que todos falam, uma linguagem de passos, de saltos, giros, corridas, lançamentos… e pedaladas. Essa é a linguagem universal da motricidade. O trabalho dos autores é teórico e prático, é uma bela evidência do quanto podemos potencializar essa linguagem, em um processo aqui neste livro chamado de Letramento Corporal. Esse processo poderia ser desenvolvido nos jogos coletivos com bolas, ou nos gestos da ginástica, nos jogos de corrida, ou na água, mas os autores escolheram introduzir, na escola, uma novidade, algo pouco experimentado até hoje: o ciclismo, em sua versão educacional. Por ser educacional, e praticado em aulas de Educação Física, ele é inclusivo. Para ser inclusivo, tem que ser bem ensinado a todos. Os leitores verão, neste livro, que os autores descrevem, com detalhes, como ensinar o ciclismo bem a todos. Eles indicam também como superar os desafios de incluir o ciclismo na escola.

Os autores deste livro sabem lidar com a motricidade na escola como se estivéssemos alfabetizando corporalmente os alunos. A motricidade é, sem dúvida, o que define a identidade da Educação Física. A motricidade humana é a linguagem que todos falam em todo o mundo, ao seu modo, mas com similaridades comuns a todos os povos. Os exemplos são fartos. Acabamos de assistir às Olimpíadas de Tóquio com suas mais diferentes modalidades esportivas. Vimos atletas de todos os povos e dezenas de línguas diferentes, mas todos compreendemos o que diziam com seus gestos.

Em relação ao ciclismo, tema deste livro, há exemplos maravilhosos de linguagem motora. Todos os anos, durante 23 dias, pessoas se acotovelam às beiras de estradas na França para ver seus ídolos disputando o Tour de France. Multidões gritam, xingam, correm junto e até provocam acidentes para reverenciar os ciclistas. O que dizem esses atletas aos corações de tanta gente, inclusive os que estão em casa,

espalhados pelo mundo, em frente a uma tela de TV? Afinal, trata-se apenas de algumas pessoas sentadas no selim de bicicletas, pedalando sobre o asfalto de pequenas estradas! Mas não, são pessoas de dezenas de países e línguas diferentes, unidas por uma só língua, essa linguagem silenciosa que não sai da boca, mas do corpo todo, e fala aos corações de milhões de outras pessoas que, mesmo inconscientemente, identificam-se com ela.

A Educação Física torna-se mais rica com a publicação deste livro. Eu que tive o privilégio de lê-lo em primeira mão, sei o quanto aprendi com ele. Concordo com vocês Mariza e Guilherme, a educação física é uma prática de alfabetização, ou como vocês preferiram dizer, de letramento corporal!

João Batista Freire

Prezado usuário: em caso de problemas no acesso ou de incorreção nas informações desta publicação do Acervo ou em caso de sua exposição contrariar direitos autorais, favor entrar em contato com o Observatório da Bicicleta.